domingo, 27 de junho de 2010

FERROLHO QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA

Seleção suíça: defesa que entrou para a história das Copas





A seleção da Suíça é bastante conhecida por seu futebol pouquíssimo técnico, mas bastante aplicado quando o assunto é defesa. Não à toa foi desclassificada na Copa de 2006, na Alemanha, sem ter sofrido um único gol sequer nos 4 jogos que disputou - foi eliminada  nas oitavas de final pela Ucrânia nos pênaltis após empates sem gols no tempo normal e na prorrogação.

A despeito da boa campanha nas eliminatórias européias, quando classificou-se no Grupo 2 em primeiro lugar assinalando 18 gols, o que se viu neste Mundial foi um excesso de zelo no setor defensivo e uma total falta de criatividade do meio para a frente, ao ponto de ter apenas balançado a rede uma única vez na vitória diante da Espanha no jogo de estréia e de ter sofrido o mesmo número de tentos. No torneio eliminatório a zaga continuou eficiente, sofrendo apenas 8 gols em 10 partidas disputadas.

Mas o que está em voga nesta publicação não é a discussão se o time suíço se portou bem ou mal na competição, já que não é o papel deste blog e existem muitos outros por aí que martelam esse assunto. O fato que chamou atenção foi o recorde  de tempo sem sofrer gol em copas alcançado pelos helvéticos até os 30 minutos do segundo tempo do confronto contra o Chile.

Até o início desta partida a Itália era dona desta marca que perdurou entre os mundiais de 1986 e 1990, ou 550 minutos, ou 5 partidas, desde a eliminação nas oitavas de final diante da França há 24 anos atrás por 2 a 0, com o gol de Yannick Stopyra aos 12 minutos da etapa final, até o empate diante da Argentina 4 anos mais tarde nas semifinais do torneio jogado em solo italiano, em que Caniggia pôs fim à marca histórica aos 22 minutos do segundo tempo.

Os suíços derrubaram o feito dos italiano em 9 minutos, ou seja, o recorde agora é de 559 minutos sem tomar gols desde a fase de oitavas de final da Copa de 1994, após o pênalti convertido (no tempo normal) por Txiki Begiristain aos 39 da etapa complementar na derrota por 3 a 0 para a Espanha, até o tento de Mark González na derrota para o Chile por 1 a 0 no torneio deste ano marcado aos 30 do segundo tempo. É bom lembrar que a Suíça não participou das copas de 1998 e 2002.

Enfim, os setores defensivos formados por Pascal Zuberbühler, Philipp Degen, Patrick Müller, Johan Djorou, Ludovic Magnin e Raphaël Wicky em 2006; e por Diego Benaglio, Stephan Lichtsteiner, Steve von Bergen, Stéphane Grichting, Reto Ziegler e Benjamin Huggel em 2010 fizeram muito bem seus papéis na retaguarda de suas equipes.

Se a Schweizer Nati possuísse um meio-campo criativo e atacantes com faro de gol, certamente com a ajuda do grande "ferrolho" formado na linha defensiva, tática de jogo típica e histórica criada  pelos próprios suíços, talvez vôos mais altos pudessem ser alcançados pelos atletas da terra do relógio. O histórico da seleção mostra isso.




Foto: Sky Sports

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